O dia 25 de outubro é o dia Internacional contra a Exploração da Mulher, data que visa conscientizar sobre as diferentes formas de exploração e violência que as mulheres ainda são submetidas ao redor do mundo.
Esta data é momento de reflexão sobre as desigualdades e discriminações que ainda persistem em existir no mundo atual, sem esquecer da violência doméstica, nos ambientes de trabalho, e até mesmo na política.
Ainda é latente a desigualdade de gênero junto ao mercado de trabalho e na sociedade, que muitas vezes se manifesta na pouca representação em cargos de liderança, diferenças salariais e até mesmo na divisão desigual das responsabilidades da casa.
Esta desigualdade salarial entre homens e mulheres é um problema global que persiste, mesmo com décadas de luta e conquistas femininas em diversas áreas. Embora a diferença salarial tenha diminuído em alguns contextos, ela ainda é uma realidade em muitos setores da economia. Devemos nos perguntar que tem sido feito para mudar essa realidade? Quais são os avanços legislativos e quais os desafios que as mulheres ainda enfrentam? E, finalmente, o que o futuro reserva para a igualdade salarial?
Historicamente, as mulheres sempre enfrentaram desafios no mercado de trabalho, sendo frequentemente relegadas a funções menos valorizadas e mal remuneradas, além de lidarem com uma sociedade que as via, majoritariamente, como responsáveis pelos cuidados familiares. Nos primeiros séculos da história moderna, as mulheres eram excluídas de muitas profissões e, quando estavam presentes no mercado de trabalho, recebiam salários significativamente mais baixos do que seus colegas homens, mesmo quando desempenhavam funções semelhantes.
No século XX, o movimento feminista começou a dar voz a essas questões, com campanhas por direitos iguais no trabalho, como o direito ao voto, ao trabalho e à educação. No entanto, a igualdade salarial ainda era uma pauta distante. A diferença salarial entre homens e mulheres continuava ampla, até mesmo após as grandes conquistas em outras áreas.
Durante as últimas décadas, a legislação ao redor do mundo passou por diversas alterações visando diminuir a desigualdade salarial. Vamos ver alguns marcos importantes:
1. Lei do Salário Igualitário (EUA, 1963)
Nos Estados Unidos, a Lei do Salário Igualitário foi assinada em 1963, exigindo que homens e mulheres recebam o mesmo salário por trabalho igual. No entanto, essa legislação tinha lacunas e não foi suficiente para resolver a disparidade, dado que a aplicação da lei era limitada e não abordava desigualdades estruturais no mercado de trabalho.
2. A Lei da Igualdade Salarial (Reino Unido, 1970)
No Reino Unido, a Lei da Igualdade Salarial foi promulgada com o objetivo de garantir que homens e mulheres recebessem o mesmo pagamento por trabalho igual. Esta foi uma importante conquista, mas, como no caso dos EUA, a implementação da lei enfrentou dificuldades, e a desigualdade salarial persistiu.
3. Conquistas no Brasil
No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco importante ao garantir o princípio da “igualdade de direitos entre homens e mulheres”. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também passou a determinar que não pode haver discriminação salarial com base no sexo. No entanto, a realidade continua longe da equidade, com uma grande diferença salarial ainda presente, especialmente em cargos de liderança e setores mais tradicionais.
Apesar das leis e das reformas, a disparidade salarial entre homens e mulheres não foi erradicada. Alguns fatores que perpetuam essa desigualdade incluem: Discriminação Implícita, Segregação Ocupacional, A Maternidade, etc.
A própria lei Maria da Penha e a lei do Feminicídio são marcos de proteção dos direitos das mulheres e no combate a violência. Com isso o debate sobre assédio, equidade de gênero e autonomia financeira ganhou espaço nas escolas, empresas e meios de comunicação, impulsionado por campanhas globais como o #MeToo , #heforshe , iniciativas de empoderamento e combate a violência
Assim, as Mulheres estão ocupando cargos de liderança, produzindo conhecimento, criando redes de apoio e reivindicando espaço nas decisões políticas e econômicas. Mas, mesmo com os avanços, o caminho ainda é longo. A cultura patriarcal resiste em muitas esferas — naturalizando o controle sobre o corpo e as decisões das mulheres. A sub-representação feminina em cargos de poder, a falta de políticas públicas voltadas para a maternidade, o acesso desigual à educação e a violência simbólica e sexual continuam sendo barreiras para a plena igualdade.
A erradicação da exploração feminina exige mais do que leis: precisa de mudança cultural, educação de gênero, investimento em políticas de cuidado, apoio a educação e ampliação das oportunidades econômicas.
É obrigação de toda sociedade em buscar soluções para terminar com todas as formas de exploração das mulheres. Portanto é um compromisso coletivo, que exige a união de governos, sociedade civil, escolas, empresas e famílias em torno de um mesmo objetivo: garantir que toda mulher tenha o direito de viver com dignidade, liberdade e respeito.
Cada conquista alcançada — por menor que pareça — é fruto da coragem de mulheres que se recusaram a aceitar a desigualdade como destino. E é nessa coragem que se encontra a semente de um futuro mais justo, onde nenhuma mulher precise mais lutar para ser reconhecida como plenamente humana.




