O Dia Internacional da Mulher, avanços e conquistas

O dia Internacional da Mulher nasceu de uma série de manifestações de mulheres por melhores condições de trabalho no século 20 e é utilizada para gerar reflexão sobre o longo caminho percorrido na trilha da igualdade entre homens e mulheres.

A ideia de uma comemoração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o dia da mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York — uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, 1910, foi sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.

Por anos foi explicado que a data de 08 de março foi definida em razão do incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, que realmente ocorreu, em 25 de março de 1911, às 5 horas da tarde, e matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens. A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Uma das consequências da tragédia foi o fortalecimento do Sindicato Internacional de Trabalhadores na Confecção de Roupas de Senhoras, conhecido pela sigla inglesa ILGWU.

No início de 1917, na Rússia, ocorreram manifestações de trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917. A data da principal manifestação, 8 de março de 1917 , foi instituída como Dia Internacional da Mulher pelo movimento internacional socialista.

Mas apenas em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas.

Após esta percepção histórica sobre a data é importante a análise  sobre as conquistas das mulheres e quando efetivamente mulher começou a ter voz.

A sociedade já existe há muito tempo, porém a pouco mais 100 anos atrás se deu o reconhecimento de direitos para as mulheres, para melhor compreender esta evolução dos direitos das mulheres, segue uma pequena retrospectiva destas conquistas:

  • 1879 – as mulheres ganham o direito de cursar faculdade no Brasil, em 1887 – se formou a primeira médica no Brasil, frequentando aulas em um lugar separado na sala. Mas apenas em 1918 foi incluído o direito legalmente das mulheres para frequentar o curso de medicina na Universidade Federal de São Paulo.
  • 1918 – as mulheres britânicas conquistam o direito de voto.
  • 1932 – as brasileiras conquistam o direito de voto.
  • 1934 – primeira vez que uma constituição brasileira determinou a igualdade entre sexos. Proibiu diferenças de salários para um mesmo trabalho por motivo de sexo; Proibiu o trabalho de mulheres em indústrias insalubres; Garantiu assistência médica e sanitária à gestante e descanso antes e depois do parto, através da Previdência Social.
  • 1945 – A Carta das nações unidas reconhece do direito a igualdade entre homens e mulheres.
  • 1988 – A constituição de 1988 – a Constituição Cidadã – estabeleceu a isonomia – igualdade : Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, seja na vida civil, no trabalho, e na família.
  • 2006 – criação da lei Maria da Penha no Brasil.
  • 2015 – lei de Feminicídio, como crime hediondo no Brasil.

A história da mulher no Brasil e a busca da conquista de seus direitos se fortaleceu na década de 30,  não quer dizer que antes não houveram grandes mulheres que estavam além do seu tempo e realizaram grandes feitos. Tais como a princesa Leopoldina, a princesa Isabel, Maria Quitéria (baiana militar, heroína da luta pela independência do Brasil), Chica da Silva, Ana Néri (enfermeira durante a Guerra do Paraguai), Chiquinha Gonzaga (compositora e pianista), entre outras. E, após a década de 30 as mulheres conquistaram o seu espaço, tais como: Tarsila do Amaral, Bertha Lutz, Pagu, Leila Diniz, Maria da Penha entre tantas outras.

As mulheres nem sempre desempenharam as mesmas funções na sociedade. Se, em outras épocas, elas ficavam circunscritas às paredes de sua casa, hoje a mulher “deixou” o lar e foi para o mercado de trabalho objetivando compor a renda familiar. Isto se deu porque o mundo foi mudando e criou a necessidade da mulher em enfrentar o mercado de trabalho, com isso ela está conquistando o seu espaço, inclusive em profissões que eram consideradas exclusivas para o homem.

Hoje a mulher exerce muitas funções. Além de dona-de-casa, mãe e esposa, ela trabalha, tem a sua profissão. A mulher está fincando o seu pé e conquistando o seu lugar como líder, empreendedora, na política, está à frente das grandes pesquisas tecnológicas e científicas mundiais mostrando sua capacidade em diferentes áreas.

Mas, ainda as mulheres não alcançaram a igualdade em todos os campos de atuação, por exemplo:  na política, atualmente no Brasil as mulheres correspondem a 52% dos eleitores, mas somente 33% dos candidatos são mulheres e deste percentual somente 15% foram eleitas.

As mulheres são fortes, capacitadas e têm o potencial  para alcançar todos os sonhos que almejam,  a ONU analisa que a mulher alcançará a igualdade no prazo de 50 anos, mas este tempo poderá ser mais curto dependendo das próprias mulheres na luta pelos seus direitos, mas o homem também tem que entender a necessidade desta mudança, sendo o dever de todas as mulheres principalmente nesta data de 8 de março fazer com que a sociedade reflita a necessidade deste avanço.

A Soroptimist Região Brasil felicita todas as mulheres pelo seu dia e as instiga a abarcar o mundo com coragem, educação, determinação e fé, pois todas têm o direito de sonhar e alcançar seus sonhos.